Carrrminha in POA

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E não é que agora Carrrminha está nos pampasss?!! Para quem estava com saudadesss eu só tenho um aviso, estou cheia de histórias para contarrrr, e pra quem não me conhece segue o link, porque Carrrminha não é mulher que se apresenta duasss vezesss.

Depois de rodar o mundo (sim, meu bem, Carrrminha é mulher do mundo e não mulherrr mundana), fiz uma rápida parada na terra da garoa. Abalei as estruturas da cidade que não para, mas confesso que achei os paulistanos muito complicadosss, e, o pior de tudo, não sabem flertarrr.

Após alguns anoss São Paulo ficou desinteressante, afinal de contasss Augusta, Itaim Bibi, Jardinsss, Lapa já estavam pequenos demaisss para mim.

Resolvi experimentar novosss lugaresss do nosso lindo Brasil, tomei um rivotril com uma dose de whisky, peguei o mapa do Brasil e o escolhido foi: Rio Grande do Sul.

Cheguei na primavera, desabrochando como um ipê amarelo. Adorei esta coisa tentando imitar a Europa, totalmente paradosss na década de 80, porque recordar é viverrr. Não me perguntem sobre as guriasss, porque Carrrminha não percebe as outrass, porém, os gurisss: oh, coisa boa! Uma coisa macho, te olhando com aquela cara de “te pego agora e faço horroresss”.

Mas assim, né?! Como em qualquer lugar do mundo muitosss só prometem e na hora não conseguem cumprirrr. Mas tudo bem, esses Carrrminha anota no celular: “não atenderrr”, e está tudo resolvido.

Agora estou me dedicando a aprenderrr as gírias locais, são váriasss, uma hora dessas eu conto pra vocêsss. Agora me dêem licença que tem um guri lindo aqui do meu lado dizendo que é a minha vezzz na roda do chimarrão. Estou adorando esta coisa de bomba quente!

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Reservada

[zilla_alert style=”white”] By Carminha [/zilla_alert]

Essess diass convidei duas amigass para irrmos num bar que há muito tempo queria conhecer.

Barr pequeno, meia luz, boass cerrvejass, boa comida. Já cheguei querendo a melhorr mesa, mass ela estava reserrvada. Enquanto colocava o papo em dia com ass amigass ficava pensando quem seriam as pessoass que reserrvaram o melhorrr lugarrrr. Eis que surgem cinco rapazess interessantess e sentam na minha sonhada mesa. Todoss tinham dois pontoss em comum: barrba na cara e aliança no dedo (esquerrdo, diga-se de passagem). No início não me conforrmei que a melhorr mesa do barr estivesse reserrvada para homenss casadoss, mas quando perrcebi que um deless me olhava atentamente me essqueci completamente da mobília.

Carrminha não é desstruidora de laress, eu apenass aproveito as oportunidadess que a vida proporrciona.

Olharess trocadoss váriass vezess, eis que surrge o momento de ir ao banheiro. E assim do nada o rapazz da barrba com aliança no dedo estava ao meu lado todo se rindo. Converrsamoss rapidamente – o tempo da fila, pra dizerr a verrdade –, fui educada e muito simpática, no melhorr estilo Carrminha de serr.

reservadaOs olharess seguiram por muitoss minutoss, até que não sei como trocamoss um sinal e, quando vi, eu estava dentro do banheiro. Sim, dentro!!! Entre as poucas frasess que trocamoss, muito sobre ele fiquei sabendo; porém ele não soube nada sobre mim, apenass meu nome.

Até que resolvi perrguntar: e a camisinha? Respossta: não trouxe. Ah, meu bem, eu saí daquele banheiro maiss rápido do que entrei! Sai linda e loira, é claro! Como se nunca nada tivesse acontecido.

Nem preciso dizerr que minha negativa foi o que faltava para ele se apaixonarr de vezz por mim – claro que foi aquela paixão de barrr, que dura até a hora de pagarr a conta. Não, pessoass, não se preocupem: Carrminha não será amante do rapazz barrbudo e casado. Carminha pode serr louca – mass não é burra.

 

Foto: Stock.xchng

Assim do nada

assim_do_nadaQuem é que nunca disse “Só vou ali tomar uma cerrrveja e volto antes das dezzz para casa” e, então, em um pissscarrr de olhos a noite vira uma grande fesssta, com pessoass superr legaiss, ótimoss paposs, beijo na boca e as dezz da noite se transforrrma nas seisss da manhã do dia seguinte? É, meu bem, dia desses vivi isso mais uma vezzz – sim, porrrque Carrrminha já teve váriasss noites que começaram modestass e terminaram em grande estilo.

E nesta não foi diferente. Além de muita cerrrveja e bom papo, até um garoto apareceu para alegrar a minha noite. Sabe aquele tipo que a gente nem dá bola quando chega na mesa? Ele chegou assim de mansinho, sem grande entrada triunfal, muito querido com todosss. E eu que nao sou boba nem nada resolvi olharrr melhorrr o garoto, messsmo tendo outrosss olhando para mim. Gosstei do estilo, e messsmo converrrsando com outrosss estava de ouvido e olhosss nele.

Perrrcebi que a recíproca era verrrdadeira e, com o meu melhorrr estilo, chamei o garoto para a converrrsa, dizendo apenasss uma frase – ah, e que frase! – e ele praticamente correu para converrrsar comigo. Converrrsamosss muito porque estávamosss em local público e bem iluminado; do contrário já poderíamos ter ido direto para os beijossss e amassoss. Usei de todo meu charrrme durante a converrrsa até o momento em que o rapazzz me desconcertou, e olha que nao é fácil desconcertar Carrrminha.

A noite nao poderia ter terrrminado melhor: carinhossss, beijosss, conversasss ao pé do ouvido e muito sexo (de ótima qualidade, por sinal) – porrrque não sou palhaça, né? Aviso, mesmo indo só tomar uma cerveja para voltar às dezzz é sempre bom uma lingerie de estilo, pois ali mesmo no bar da esquina pode-se acabar encontrando o gatinho do momento, huuummmmmmm…

 

Foto: Stock.xchng

Whisky X Memória

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Sou mulherrr que bebe, que bebe com classe, com estilo. Minha bebida predileta é o whisky, whisky de qualidade, diga-se de passagem – a Escócia jamais foi a mesma depoisss que passei por lá.

Porém, tenho um pequeno problema com esse néctar dos deusesss, ele me causa lapsos de memória. Não foram poucas as vezesss em que me lembrei do que fizzz e do que não fizzz somentes uns dois ou três dias depois do ocorrido. Algumas vezes me vêm à mente somente fragmentosss dos meus atosss.

Whisky-memoriaMe recorrrdo, por exemplo, que comecei dançando na fesssta e depois, não sei como, fui pararrr numa praça discutindo/namorando com o rapazzz que era, digamosss, um pseudonamorado. Me recorrrdo que voltamos para a pisssta de dança e a festa acabou muito bem, obrigada.

Depois de um tempo o rapazzz me contou todas a barbaridades que eu disse a ele.

Houve tambem a vezzz em que no dia seguinte, horasss depois de a festa acabar, perguntei ao namorado da época se realmente havia dito e feito cerrrtas coisas das quais estava me lembrando. Ele, todo contente, me disse que sim – e que gostaria de saber quando é que iríamos tomarrr um porre de whisky novamente.

Caí na pista de dança, levantei plena e absoluta e segui dançando. Já entrei na cozinha da festa pra perrguntarr por que que o garçom estava demorando para levar meu whisky; tive converrrsasss ótimasss e fizz grandes confidênciasss para pesssoas que jamais irei ver novamente; já me acorrrdei na cama sozinha, sem terrr a menorrr ideia de como fui parar lá.

São muitasss as históriasss que tenho para contar, ou melhor, para lembrar, tendo o whisky como companheiro. Acredito que algumas nem tiveram final tão feliz; o que garanto é que no dia seguinte eu estava linda, pronta para outra, porque Carrrminha e whisky de no mínimo doze anos são assim, meu bem. Luxo puro e diverrrsão garantida.

 

Foto: Quentin Houyoux/Stock.xchng

Lourdes

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Nessas minhas andanças pelo mundo já morei com várias pessoas, umas ótimas, outras nem tanto. Enfim, a vida é assim às vezes, temos sorte ou não.

LourdesEis que a sorte bateu em minha porrta, ou eu na dela, no ano de 2004, quando conheci essa maravilhosa chamada Lourrdess. Nossa amizade não foi à primeira vissta, não; coisa que vem fácil vai fácil, meu bem! Ela foi consstruída a cada troca de receita, a cada dica sobre a melhorr tinta pro cabelo, a cada elogio sobre os acessórioss – assim os pontos em comum foram surrgindo. Adorávamos uma feira, pegar ônibus e se perrderr pela cidade, converrsar com pessoas dos mais variados estiloss, dançar muito e beber de graça.

Então, com o passar dos meses, nessa casa onde a mistura de estilos, gostos e comportamentos era o cerne de tudo, surrge a palavra “amiga” entre Lourrdess e Carrminha. Com ela vêm também muitas cervejas, cigarrinhos do demônio, risadas, até lágrimas, tudo bem visceral, ao melhor estilo amizade.

Nós até fazíamos amizade com outrasss mulheresss, mas o requisito era: tem de saber beberr, mulher que toma um copo de cerrveja e fica tonta não serve, é ridícula!

Lourrdess é muito prendada, corrte e cosstura, faz lindass bijuteriass, cozinha como poucass, é mulherr que trabalha duro. É casada e muito bem obrigada, maridão querido, companheiro dela, que currrte boa música, que gossta de política, que se veste bem. Nem poderia ser diferente, poiss uma mulher puro luxo só pode ter um marido puro luxo!

A vida, sempre ela, fez com que um oceano nos separasse, mas nada que um email ou msn não possa resolver, e Carminha sabe que cerrtass amizades são pra vida toda. Lourrdess está num momento sublime, pois está grávida! E eu estou muito felizz em saber que mais uma criançaa com muito estilo e luxo total vem ao mundo.

 

Foto: “Mile End Station: onde tudo começou.”

Que bunda

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Já fiz muita fesssta por esse mundo a fora, são tantasss coisasss que já me aconteceram, as boas sempre recorrrdo, as não tão boas assim deixo guardadass bem lá no fundo do pensamento, quase no esquecimento.

Houve uma vez em que eu estava em um desses lugares em que a vida nos leva aparentemente sem motivo e no meio da fesssta a gente dessscobre o porquê. Estava plena e absoluta, bebendo de graça (tem coisa melhorrr do que isso na vida, gente?!!!), porque pessoasss que se prezam têm amigosss trabalhando atrás do balcão do barrr.
Eis que surge na porta do local um cara, nossos olharesss se encontraram imediatamente!

Uiuiui, pensei eu: já me ganhou o danado. E não é que nem precisei fazerrr força para conhecê-lo?!! Por essas coisasss que só o destino explica, e olhe lá, ele era amigo de váriossss amigos meus.

Que-bundaTodo mundo se cumprimentando, aquela coisa toda, a língua que se falava naquele momento era o italiano (sim, meu bem, Carminha é interrrnacional, não te contaram?!!). Eu, no meu mais lindo italiano, fui avisando: non parlo italiano. Então ele quis saber em que língua podíamos conversar, e chegamosss à conclusão que inglês era o que nos unia e dali a converrrsa deslanchou, mas eisss que a língua materna do rapaz (que não era tão rapaz assim) era o espanhol, ai, que tudo!!!!

Cervejasss mil, conversasss no melhorrr estilo Fórum Social Mundial, três línguas sendo faladas, no mínimo, em um grupo de no máximo sete pessoas, e eis que as trocasss de olharesss começaram, mãos bobasss se tocaram.

E, quando perrrcebi, estava no banheiro com o espanhol; beijos, amassos, mão na bunda (ai, que bunda, e olha que nem sou tão chegada, mas a dele era especial), muitasss coisas ao pé do ouvido; em espanhol, claro, porque soam muito maisss calientes.

Saindo do banheiro perrrcebi que ele tomou uma certa distância de mim, mas dez minutos depoisss estava eu sendo “levada” ao banheiro novamente. Resolvi perguntarrr o que essstava acontecendo realmente; resultado: o moço não era assim, digamos, solteiro. Quer saber?! Não dei a mínima, pois eu tambem não era!

Depois daquele dia nos encontramos mais algumasss vezess, no mesmo local, com as mesmas pessoasss, todas sabendo o que havia entre nósss, mas ninguém tocava no assunto, amigosss são pra essasss coisas, não é messsmo?!

De tudo isso me restou o nome dele (que nunca esquecerei), um número de telefone (que nunca liguei) e a lembrança daquela bunda. Ai, que bunda!

 

Foto: Ivaylo Georgiev/Stock.xchng

Vinte e oito

O texto a seguir não foi escrito por uma Mulher de Quinta, mas cumpre a função de apresentar nossa nova colaboradora: a Carminha! Nossos mais sinceros agradecimentos ao “apresentador”, que, de coração, sempre foi de quinta.

Camden Town, London, UK  - May 2005  - Patrick Nouhailler  ©
Camden Town by Patrick Nouhailler on Flickr

“Olha só, eu tenho uma grande amiga que também está indo para Londres no dia vinte e oito.” Grande coisa – todo mundo vai pra Londres! Pensei, mantendo meu sorriso confiante de mala feita. “Ela é carioca, mas cresceu aqui em Poa. Vive perdida pelo mundo.” Isso era uma quinta, e o e-mail anotado no guardanapo – “carminha arroba hotmail ponto com”.

Um oceano, quatro casas, sete room mates depois, seis graus abaixo, eu resolvi escrever para essa tal mulher. Combinamos em um pub muito grande, fétido como todos os outros, junto à estação de metrô dos punks e hippies. Tal qual a descrição – não existia Facebook –, lá estava aquela mulher de salto, jeans, blusinha tomara-que-caia, jaqueta de pele, incontáveis pulseiras barulhentas e um pára-brisa Dolce & Gabbana frente-única, de dobrar a esquina das orelhas. Olhamos um para o outro em silêncio de quem não fala a mesma língua. Carminha atirou primeiro. “Tu és gay? Não és?” Vaca! “Tua mãe fazia terapia freudiana e tu continua gastando dinheiro com terapeuta” – respondi, já amando Carminha. Assim foi o primeiro uísque e a primeira verdade que batemos em cara.

Depois foram os supermercados e os problemas de família. Os produtos budget da prateleira mais debaixo e o pai alcoólatra. A mãe e o seu amante foram conversados sobre o balcão de congelados. Levamos todas as nossas mágoas e traumas para passear nos mercados de rua. Comprando roupas de segunda mão, Carminha apontou que eu era grosseiro com as mulheres, de uma forma bem direita, tá, assim, na minha opinião né – eu acho. Eu disse outras tantas, mas Carminha tinha quinze anos a mais no passaporte. Nunca soube o que havia lhe penetrado a maquiagem espessa.

Até que rolou um quarto vago no apartamento de Carminha. Éramos então vizinhos de porta. Carr’minha e Giubérr’to usando o mesmo esfregão para limpar a mesma privada.

Quando aconteceu que alguém me ligou pedindo para ir à opera e jantar. Na passada para o banheiro, avistei Carminha subindo as escadas. “Querida! tu nem sabes. Ele me convidou. Vou levar aquela balinha que tu me deu de presente. Parece que ele também nunca experimentou.” Carminha continuou o trajeto para seu quarto, jogou o cabelo e olhou para mim. “Ai, que legal.” Com o corpo já dentro do quarto, a porta se fechou. Retornei para casa no dia seguinte uma única certeza: eu precisava dividir com Carminha. Bati à sua porta. “Ai guria! aquela coisa não deu nenhum barato, mas fez a gente falar tudo. Estamos juntos outra vez! Thank you, darling.” Carminha não tinha mexido os olhos – ainda. E tampouco se importou em movê-los. Ali, na mesma posição desde que tinha aberto a porta, falou em um acorde só “Que bom pra ti”. A porta se bateu. Era dia vinte e oito.

Amigo gay

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Todosss aqui já me conhecem, todo mundo já me apresentou, agora é a minha vez: prazerrrrr, sou Carminha. Já aviso a todosss que meu sotaque carioca vem de dentro, nos momentosss oportunosss, porque, como vocês sabem, morei no sul. E esse lindo sotaque também me contaminou, sou assim, me deixo levar pelas coisas boas da vida.
Então, já fiz de um tudo nessa vida, já rodei o mundo, meu bem! Tenho horroresss para contar, por isso estou aqui com essasss Mulheresss de Quinta maravilhosasss.

Mas eu não fico só com as garotasss: toda mulher que se preza tem de ter um amigo gay, não há nada melhor. Eles têm o cérebro masculino, mas a alma é feminina, e te dizem tudo na cara, desde um “tu tá linda, amorrrr” até “ai, que bofe nada a ver, né?!!!”.

Amigo-gayNuma dessas minhas moradas pelo mundo parei em Londresss, ai que tudo!! E lá encontrei esses dois seres de luz que só tem duas em coisas em comum: são gays e amam nossa diva Madonna!! Me completavam, os danados: um no estilo alegria total, rindo alto, ouvindo Gal às sete da manhã; o outro se procurando, questionando, Pet Shop Boys era o que tocava no quarto dele.

Essesss doisss fizeram minha vida em Londresss mais glamourosa do que eu imaginava, quantas pints dividimos, quantos cigarrinhos do demônio fumamos. Só eles para entender o estilo Carminha de serrr, de viverrr, de gastarrr, de comprarrr. E os bofes, então?!! Se não fossem eles me abrindo os olhos, nem sei onde estaria hoje. Porque vocês sabem, né? Boa noite cinderela exissste sim.

Morei com eles, anosss de convivência, de confidênciasss, de momentos tensos, outros tristes também, mas tudo se resolvia com ótima conversa, boas mexidasss no cabelo (ah, o cabelo!! Elesss sempre compreenderam todasss as mudançasss que fiz nos meusss cabelos, do platinado ao ruivo cenoura, só os gays são capazes disso).

Levo eles no meu coração. Londresss já era, agora estou noutra, amorrr! E os danados seguem por lá, fazendo a terra da rainha muito mais glamourosa. G e J, amo vocêsss!! Saudades sempre.

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