Nós, Mulheres de Quinta, interagimos de forma cada vez mais frequente, diria que é um saudável vício diuturno, que se estende de domingo a domingo, por email, telefone, MSN, pessoalmente, teleboy ou transmissão de pensamento. Às vezes estamos reunidas, falando ao mesmo tempo e em clima de cumplicidade. É lógico que todas se entendem, pois tal habilidade é natural entre nós, mulheres, que fazemos muitas coisas ao mesmo tempo. Em outros momentos, choramos, rimos ou sonhamos aos pares, por princípios de identificação ou necessidade de desabafar para aquela amiga.
Um desses encontros ocorreu em uma sexta-feira, durante um breve e maravilhoso happy hour, em que, como sempre, eu aprendi coisas interessantes.
Muitas sugestões de crônicas surgiram no meio das eloquentes conversas, pois uma serve de inspiração para outra e acabamos contaminadas, além de definir, como se fosse uma pauta, quem vai falar deste ou daquele assunto. Só que o acordo dos temas não é algo assim, como diria, “compromisso moral”.
A gente diz que vai escrever sobre determinada proposição, mas muitas coisas acontecem entre a mesa do bar e o computador de cada uma de nós. As ideias se dissipam e até se transformam, como está acontecendo comigo agora. Só que a promessa da crônica foi realizada por mim, uma das anônimas do blog, mas o texto legal e desprendido que sai deste ’corpitcho’ é da Laïla, a minha caprichosa inspiração que só se personaliza quando quer e tem vontade. Já faz 24 horas que chamo pela Laïla e nada.
Assim, mudei a pauta, como faria uma repórter que sai para cobrir a quermesse e acaba encontrando o Papa. Hoje estou me achando e quero mais é assumir a personagem de papisa da minha oportunidade e, quem sabe, reforçar o compromisso de um dia escrever sobre o tema que prometi. Aproveito a minha singular chance para deixar um recado para Laïla: “Obrigada por permitir a minha manifestação, mas aparece logo porque as Mulheres de Quinta merecem palavras mais espirituosas”.
Foto: Tommy Johansen/Stock.xchng