Deixa para o acaso

By Francine Desoux, do Opostos e Dispostos

Eu, assim como a maioria dos mortais, sigo uma rotina bastante corrida. De manhã, faculdade; à tarde, estágio; e, durante a noite, academia. A cada troca de turno percorro muitos caminhos e cruzo com pessoas a todo instante. Mas naquela noite não foi qualquer pessoa.

Depois de uma mudança repentina de planos, pulei o treino da academia e fui direto para uma rodada de cachaças com minhas amigas. Fomos a um bar, em Moema, que serve todo tipo de cachaça que você pode imaginar. O que não sabíamos era a programação da noite. Corinthians x São Paulo foi a trilha sonora, além de muitos gritos e xingamentos.

Em meio àquele mar de testosterona, cinco mulheres que só queriam encher a cara de cachaça e dar risadas. Os caras estavam com um olho na tela e outro na nossa mesa. Parecia aquelas cenas de filme americano, quando um grupo de desavisados entra em um bar de motoqueiros. A diferença é que não era exatamente soco que eles queriam nos dar…

Bom, mas entre tantos olhares, um em especial dominou minha atenção. O cara tinha olhos que leem a alma, parecia que a cada troca de olhares ele conhecia exatamente todos os meus pensamentos pecaminosos. Ele era lindo, tinha cabelo comprido, meio bagunçado à la Johnny Depp. Um sorriso lindo, um corpo incrível na medida certa.

Eram goles daqui, gols de lá e passamos a noite namorando à distância. Eu sorria para ele diante de qualquer besteira que uma das meninas falasse. Ele vibrava com o jogo e com cada mexida no cabelo que eu dava. Parecia que conversávamos sem emitir palavras, dançávamos sem sair de nossas cadeiras. Magia…

Passados 90 minutos de flerte, o São Paulo ganhou de 2 a 0 e a nossa partida terminou em empate sem gols. Nenhum dos dois partiu para o ataque – apesar de eu querer desesperadamente!

Com o fim do jogo ele seguiu para o caixa enquanto eu o seguia com os olhos na esperança de receber algum convite, mesmo que silencioso. Mas não. Ele pagou a conta e partiu! E partida ficou a minha cara! Não acreditei, aliás, ainda hoje não posso crer.

Preciso confessar uma coisa: voltei lá todas as noites de Brasileirão durante dois meses! E para desespero deste coração apaixonado nunca o encontrei. Decidi deixar para o acaso e abandonar minhas visitas à cachaçaria (não tinha mais grana nem fígado pra isso).

No dia seguinte o destino – ou o acaso, vai saber – me coloca no elevador do prédio em um horário atípico e ali, naquele metro quadrado,
Daquele dia em diante, peguei o mesmo elevador todos os dias. Afinal de contas, um dia a criança teria que estar gripadinha em casa com a mamãe enquanto o papai sai sozinho! Simples assim, sem escrúpulos mesmo. está uma mulher linda, com seu bebê lindo e seu marido lindo. O gato do Corinthians x São Paulo. Malditas mulheres lindas com seus bebês lindos.

Daquele dia em diante, peguei o mesmo elevador todos os dias. Afinal de contas, um dia a criança teria que estar gripadinha em casa com a mamãe enquanto o papai sai sozinho! Simples assim, sem escrúpulos mesmo.

Yes I am

By Gilka

I’m no artist, nor photographer
I’m no singer, nor composer
I’m no fashionista, nor slim
I’m no banker, nor prince
I’m no digital, nor recyclable
I’m no deal, nor money
I’m no tweet, nor tube
I’m no number, nor percentage
I’m no memory, nor password
I’m no activist, citizen of nowhere
I’m a lover without nos

Reservada

[zilla_alert style=”white”] By Carminha [/zilla_alert]

Essess diass convidei duas amigass para irrmos num bar que há muito tempo queria conhecer.

Barr pequeno, meia luz, boass cerrvejass, boa comida. Já cheguei querendo a melhorr mesa, mass ela estava reserrvada. Enquanto colocava o papo em dia com ass amigass ficava pensando quem seriam as pessoass que reserrvaram o melhorrr lugarrrr. Eis que surgem cinco rapazess interessantess e sentam na minha sonhada mesa. Todoss tinham dois pontoss em comum: barrba na cara e aliança no dedo (esquerrdo, diga-se de passagem). No início não me conforrmei que a melhorr mesa do barr estivesse reserrvada para homenss casadoss, mas quando perrcebi que um deless me olhava atentamente me essqueci completamente da mobília.

Carrminha não é desstruidora de laress, eu apenass aproveito as oportunidadess que a vida proporrciona.

Olharess trocadoss váriass vezess, eis que surrge o momento de ir ao banheiro. E assim do nada o rapazz da barrba com aliança no dedo estava ao meu lado todo se rindo. Converrsamoss rapidamente – o tempo da fila, pra dizerr a verrdade –, fui educada e muito simpática, no melhorr estilo Carrminha de serr.

reservadaOs olharess seguiram por muitoss minutoss, até que não sei como trocamoss um sinal e, quando vi, eu estava dentro do banheiro. Sim, dentro!!! Entre as poucas frasess que trocamoss, muito sobre ele fiquei sabendo; porém ele não soube nada sobre mim, apenass meu nome.

Até que resolvi perrguntar: e a camisinha? Respossta: não trouxe. Ah, meu bem, eu saí daquele banheiro maiss rápido do que entrei! Sai linda e loira, é claro! Como se nunca nada tivesse acontecido.

Nem preciso dizerr que minha negativa foi o que faltava para ele se apaixonarr de vezz por mim – claro que foi aquela paixão de barrr, que dura até a hora de pagarr a conta. Não, pessoass, não se preocupem: Carrminha não será amante do rapazz barrbudo e casado. Carminha pode serr louca – mass não é burra.

 

Foto: Stock.xchng

Romance carioca: 1,84 de altura e três frases de honestidade

Romance-cariocaEstava no mar de Ipanema, quando ele perguntou:

– Você é gaúcha?

Respondi que sim. Ele disse que adora o jeito que a gente fala, já tinha estado no sul, em Curitiba. Era longe e fazia frio. Eu disse que Porto Alegre ficava mais longe e fazia mais frio. Conversamos quatro horas e nos beijamos. Saímos da água e jantamos. Ele era educado, bonito: um príncipe marítimo. Eu não tinha feito esforço nenhum, havia sido encontrada dentro d’água! Mas eis que a primeira frase aconteceu:

– Então, gata, adorei conhecer você e quero seu telefone. “Acontece” que amanhã tá vindo uma mineira ficar comigo, isso está agendado há um mês, antes de eu conhecer você. Vou passar o final de semana com ela, mas ligo pra você depois porque quero te ver.

O príncipe derreteu! Eu disse que dava meu telefone, mas não ia pegar o dele. Se quisesse, que me ligasse! Passados três dias, toca o telefone:

– Oi, gata. Acabei de deixar a mineira na rodoviária e quero ver você!

Eu enrolei, disse que não podia. Como ele insistiu, fomos a uma festa dias depois. Ele parecia uma centopeia. Não sei de onde saía tanta mão! Eu tava resistindo, até que pensei… Vou embora em duas semanas, mereço um pouquinho de diversão! E que diversão! Era pura eletricidade!

Continuamos saindo sem compromisso. Ele tinha terminado um relacionamento, tava só curtindo, por isso a história da mineira. Eu estava lá a trabalho e numa situação parecida. Não tinha cabeça pra romance. Mas me acostumei a dormir na casa dele no final de semana. Jantamos em Copacabana, tomamos banho no Arpoador às duas da manhã.

Por motivos de trabalho, trocaram meu voo e eu fiquei mais três semanas. Foi quando a segunda frase veio à tona:

– Então, gata… você foi ficando, eu saindo com você, porque adoro sair com você… Mas como disse, não estou pra compromisso. E na próxima semana, vem uma baiana… Isso tá agendado…

O mesmo papinho. Fiquei tão pasma que decidi que não ia mais sair com o mané. Ele insistiu. Eu não resisti. Na véspera de a baiana chegar, dei uma surra no cara que o máximo que ele conseguiu fazer com ela foi dar beijinhos. Em outras palavras, o churrasco ganhou do acarajé.

Seguimos saindo. Acordávamos e almoçávamos salada czar com batata rostie, tomávamos milk shake em copo com dois canudinhos, namorávamos na Lagoa Rodrigo de Freitas, vimos o sol nascer no Leme. Ele era lindo, gostoso e me deixava com tesão só em sorrir!

E mais uma vez eu caí da cama no meu sonho. No último final de semana na Cidade Maravilhosa, ele diz:

– Vou fazer tudo o que você quiser: sábado e domingo sou todo seu.

– Mas e sexta à noite? – fui inocente em perguntar.

– Sexta à noite eu tenho que encontrar com uma canadense que veio me ver, mas como toda semana eu tô saindo com você…

Ele jantou com a canadense e me ligou: fomos a uma festa e, na volta, ele me disse:

– Tenho a impressão de que quem está voltando pra casa sou eu, porque você deixou minha vida de outra cor, parece que era eu que não tava em casa. Foi tudo diferente. Eu fazendo umas sacanagens, pensando que você ia parar de sair comigo e você aceitando esse meu momento SEM VERRRGONHA (os “erres” são por causa do sotaque), e eu gostando cada vez mais de você…

Choramos, transamos, tomamos banho e ele me levou no Cristo Redentor. E pra minha surpresa, quando voltei pra casa, ao ver nossas fotos, eu não me reconhecia, tava tão linda, tão diferente, era tão “outra pessoa”. Não sei dizer se fui uma idiota ou uma corajosa, não sei como terminar essa história. A única verdade é que ele deixou o Rio mais lindo com a sua doce e honesta companhia.

 

Foto: Victor Santos/Stock.xchng

O “de sempre”

Certa vez, reclamando da minha solterice, uma amiga lembrou que nunca estou sozinha: sempre tenho o “de sempre” para dar uma saidinha. O “de sempre” é aquele que está ali para a hora que precisamos e que nos serve para dar carinho e prazer, basicamente. Já tive um “de sempre” que durou nove anos. Sim: nove! Fui namorada, depois amante, depois ficante, ele voltou a ser meu amante e depois nos tornamos ficantes novamente. Tudo assim, bem tranquilo.

Tive um outro “de sempre” que foi um caso ardente e durou alguns meses. Era tão intenso que eu transpirava só de vê-lo. Todos os nossos amigos sabiam da história, mas a gente nunca se tocava publicamente, apesar de estar sempre perto um do outro. Uma coisa de pele, de química. Já experimentei também o “de sempre” virtual. Depois virou carnal. Dias juntos se comendo, conversando, discutindo, mas nada era sério. Não havia regras nem compromisso. Tive ainda o “de sempre” semanal: uma vez por semana estava lá jantando fora, curtindo um motel, horas de prazer e ótima conversa.

E como tudo nesta vida tem seu lado bom e ruim, o “de sempre” é somente uma pessoa que ronda a nossa vida, mas não faz parte dela. Não pode haver cobrança de nenhuma das partes e normalmente só os bons momentos são compartilhados. Para alguns, podemos contar nossos problemas e angústias e podemos ser boas ouvintes também, mas geralmente nunca passa disto.

Para quem não tem tempo nem para si, um “de sempre” vale muito a pena. Ficamos com a parte boa do relacionamento, e na manhã seguinte já estamos de volta à nossa vida de solteira, com nosso trabalho e a nossa própria companhia.

O-de-sempre

Foto: Galeria fotografii, Projekty Logo, Grafika/Stock.xchng

Quero tudo

[zilla_alert style=”white”] By Laïla [/zilla_alert]

Quero-tudoAs atitudes e decisões da tua vida não me dizem respeito e jamais estarão sob minha responsabilidade, pois não estão diretamente relacionadas comigo. Minhas iniciativas ocorrem em cima de fatos, não de suposições ou negociatas, tipo: se eu fizer isso, tu fazes aquilo. Cresce, amadurece, faz uma avaliação do que realmente é importante para ti, mas não tenta me envolver em condicionais.Eu sei o que quero para mim: um homem, não um estrategista. Preciso de um cara que seja cavalheiro, amável, sincero, fiel e excitante. Ainda desejo, como a maioria das mulheres, um ser másculo, que me faça estremecer com as atitudes, com as palavras e com o vigor sexual que toda fêmea merece.Tenho vontade de um relacionamento intenso, com tesão emocional, psicológica e física. Almejo ser de um homem para que ele possa me ter, assim como espero que um homem seja meu para que eu tenha condições de possuí-lo com toda potência que mereço e desejo.Só vou me satisfazer quando conquistar a totalidade do que existe de bom em um único homem. Não quero mensagem subliminar: espero certeza, intensidade, desejo manifestado e ereto, até saciar meu apetite de prazer amoroso e túrgido.

 

Foto: Fernando Seiji Imay/Stock.xchng

Assim do nada

assim_do_nadaQuem é que nunca disse “Só vou ali tomar uma cerrrveja e volto antes das dezzz para casa” e, então, em um pissscarrr de olhos a noite vira uma grande fesssta, com pessoass superr legaiss, ótimoss paposs, beijo na boca e as dezz da noite se transforrrma nas seisss da manhã do dia seguinte? É, meu bem, dia desses vivi isso mais uma vezzz – sim, porrrque Carrrminha já teve váriasss noites que começaram modestass e terminaram em grande estilo.

E nesta não foi diferente. Além de muita cerrrveja e bom papo, até um garoto apareceu para alegrar a minha noite. Sabe aquele tipo que a gente nem dá bola quando chega na mesa? Ele chegou assim de mansinho, sem grande entrada triunfal, muito querido com todosss. E eu que nao sou boba nem nada resolvi olharrr melhorrr o garoto, messsmo tendo outrosss olhando para mim. Gosstei do estilo, e messsmo converrrsando com outrosss estava de ouvido e olhosss nele.

Perrrcebi que a recíproca era verrrdadeira e, com o meu melhorrr estilo, chamei o garoto para a converrrsa, dizendo apenasss uma frase – ah, e que frase! – e ele praticamente correu para converrrsar comigo. Converrrsamosss muito porque estávamosss em local público e bem iluminado; do contrário já poderíamos ter ido direto para os beijossss e amassoss. Usei de todo meu charrrme durante a converrrsa até o momento em que o rapazzz me desconcertou, e olha que nao é fácil desconcertar Carrrminha.

A noite nao poderia ter terrrminado melhor: carinhossss, beijosss, conversasss ao pé do ouvido e muito sexo (de ótima qualidade, por sinal) – porrrque não sou palhaça, né? Aviso, mesmo indo só tomar uma cerveja para voltar às dezzz é sempre bom uma lingerie de estilo, pois ali mesmo no bar da esquina pode-se acabar encontrando o gatinho do momento, huuummmmmmm…

 

Foto: Stock.xchng

Casinhos nossos de cada dia

Casinhos-nossosSabe aquele casinho que entusiasma, faz subir pelas paredes, transar de manhã cedo e provoca inusitadas provas de amor? Aquelas histórias intensas com um colega de trabalho, amigo, ou alguém que você conhece e aos poucos rola uma rotina de saídas, cinemas, jantares e cama – a chamada FFG: Foda Fixa Garantida.

No início é como o começo de um relacionamento: vocês conversam, têm atração, mas um dos dois está saindo de um relacionamento, só quer curtir, ou o outro só quer companhia. Não se estabelece uma vontade/cobrança de algo mais, mas uma afinidade ou interesse. É tudo muito intenso. No segundo encontro vocês tomam um vinho, ou ele atravessa um país pra ver você e de repente estão na cama, no chão ou onde você quiser, e é ma-ra-vi-lho-so. A coisa começa. Ele liga uma semana depois (no dia seguinte é sempre “frio-normal-amigo”. Você gela: Socorro!). Combinam outra saída.

Você fica aliviada. E num ritmo de tensão e suspiro vocês seguem. Como sempre é uma surpresa e você não sente o cara na sua mão, começa a fazer coisas inusitadas, verdadeiras provas de amor. Eu, que odeio cozinhar, preparei uma feijoada para um casinho especial. Conversávamos pela web, nossos papos estão salvos no PC: 700 páginas! Lembro com carinho, pensei que casaríamos! Não fosse a distância…

Outra vez encerei a casa às 23h porque um casinho ligou em cima da hora, propondo pedirmos algo para comer juntos na minha casa. Tava uma zorra: projetos, roupa da academia na cadeira, tênis fora do lugar. Em meia hora, de calcinha, sutiã e sandália de salto – sem vestido pra não sujar – dei um jeito. Era a própria faxineira fascinante do Nei Lisboa! Ainda deu tempo de acender velas e a pose: Ai, que surpresa!.

Essas histórias são intensas durante e cômicas depois. Não saímos contando por aí. Nos mostramos de um jeito que até assusta! Propomos transar de manhã cedo mesmo sem gostar, fazemos coisas que nunca fizemos só para estarmos ao lado do cara. As supostas “provas de amor” são feitas pra nós mesmas. Não sei se o motivo é sexual ou se é amor próprio. Estamos defendendo algo que sentimos e isso nos dá vida! E não tem nada a ver com a tranquilidade do relacionamento fixo. As certinhas que me perdoem: quem nunca teve um casinho, não sabe o que está perdendo!

 

Foto: Celal Teber/Stock.xchng

O homem, o pênis e a vagina

O-homem-o-penisNão me atreverei analisar o tema com uma visão freudiana pois não sou letrada para tanto. O que tenho sim é experiência de vida e consequentemente certo conhecimento (vivido na prática) acumulado.

Desde que comecei a querer e a conhecer o corpo masculino, observo que certos homens têm a necessidade de dar nome ao seu pênis; já ouvi coisas do tipo:”ele”, ”júnior”, “o querido”, “jonas”, “o amigo”, entre outros. E, já que estes pênis possuem nomes próprios, são tratados como se fossem uma pessoa. Uma vez um cara me disse: Dá um beijo nele? Eu, sabendo do que se tratava, tive de tirar um sarro e disse: Nele? Tem outro cara aqui? Chama ele aí, vamos fazer uma brincadeira a três.

Há também os homens que se referem à vagina na terceira pessoa: Ah! Deixa eu tocar nela! Ou então: Deixa “eles” conversarem (quanta gente nessa cama, penso eu).
Vendo os órgãos genitais como um ser à parte, fica fácil compreender por que certos homens acham que sexo é apenas a penetração, o famoso pau dentro. Daí eles reclamam que a mulher não é boa de cama, que ele quase não teve vontade de gozar, entre outras bobagens.

Estes homens acabam sendo aqueles que só servem para trepar e olhe lá. Sim, trepar mesmo, tipo bicho, pois este tipo de homem descompreende o quão gostoso e complexo é o sexo.

Um aviso ao homens que assim se comportam e para as mulheres que aceitam este comportamento: os órgãos genitais não têm vida própria, fazem parte do nosso corpo; portanto, esqueçam do “amigo”, ”júnior”, “dela”.

Sexo não se resume em pênis e vagina. Sexo de qualidade começa com um bom papo, um carinho no rosto – até chegar numa mordidinha no dedão do pé. E, de um extremo ao outro, são feitas várias paradas: para se aproveitar cada parte do nosso corpo.

 

Foto: Sandy Lewanscheck/Stock.xchng

Dar ou não dar?

Dar-ou-nao-darNa verdade, não sou a pessoa mais adequada para abordar este tema, pois nunca lutei comigo mesma para não transar de primeira. Sempre foi algo natural, e sim: nessa naturalidade das coisas, quase sempre acabei dando de primeira mesmo. Muitas mulheres, talvez até a maioria (vocês é que vão dizer), funcionam de outra forma e acham o que estou escrevendo um absurdo. Mas não vejo porque fazer o joguinho de faz de conta dos primeiros encontros (“Ai, não posso, não vai dar”), se a vontade é mesmo a de transar. Esse se-fazol é pura insegurança, pois estas mulheres acham que os caras não vão mais procurá-las se elas se entregarem na primeira vez.

Gente, se é para ser e o sexo for bom, rolar química entre os dois, o cara só não vai procurar depois se for muito machista. É, porque tem cara que pensa que se a mulher faz sexo na primeira noite não é “mulher para casar”. Fica imaginando com quantos ela já transou, e aí só vai usá-la para “lanchinho”. A esses carinhas, eu só posso dar uma dica: uma mulher que só transa depois do clássico quinto encontro pode ter dado para tantos ou mais caras do que uma mulher que trepa de início. Se a garota vive em função de arranjar um namorado, por exemplo, e não consegue facilmente, isto é bem possível. Assim como é bem provável que uma mulher “de primeira”, despreocupada com o assunto, conte nos dedos os carinhas com quem já fez sexo. Mas cá entre nós, não merecemos esses caras que herdaram do pai ou do avô a teoria de que existe “mulher para casar” e “mulher para transar”, né?

Só fazendo um adendo, também não podemos generalizar: óbvio que existem aquelas mulheres que não fazem sexo à primeira vista e não estão simplesmente cumprindo o joguinho. Para elas, tão natural como para mim é transar logo, é esperar um momento que julga mais adequado: é bom dar um tempinho para conhecer melhor o fulano e ver como ele se comporta em situações diversas antes do grand finale. E tem também o lado da vontade, que pode prorrogar o ato principal um pouco em prol de uma causa maior: o prazer da expectativa. Na outra ponta, posso afirmar que se engana quem pensa que este prazer é nulo entre as mulheres com o meu perfil. Pelo contrário: a expectativa sempre está presente. Afinal, somente depois é que vamos conhecer melhor o parceiro e seus segredos, além de descobrir como ele se porta em ocasiões diferentes.

PS.: Apesar de esta não ser uma questão que abale meus dias, resolvi registrar minha percepção “de quinta” depois de ler sobre o tema no Manual do Cafajeste. Recomendo, vale a pena conferir como eles encaram o assunto.

 

Foto: Philippe Ramakers/Stock.xchng

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