Homens Loucos VI

Tu decide que não quer mais nada de romance na vida, que só vai pegar para fins fisiológicos e era isso. Daí aparece um cara muito legal, todo mundo te diz que ele está apaixonado por ti. Depois de muitas gentilezas, tu dá uma pequena abertura ao rapaz.

Pronto! Surge uma declaração daquelas de cinema, de tirar o fôlego, e tu resolve engolir tudo que disse sobre não viver mais nenhum romance e te joga nos braços dele. O sexo é ótimo, jantar à luz de velas, passeios no final de tarde de domingo. Cruzes! Até parece um conto de fadas, corações e violinos com cupidos ao redor.

Em um destes lindos jantares, ele segura na tua mão com os olhos marejados e diz: “Não quero perder isto que estamos vivendo, estou muito feliz”. E, naquela mesma semana, SO-ME COM-PLE-TA-MEN-TE.

Concluo que está viajando, trabalhando muito, mas depois de três dias resolvo ligar, não atende, ok, deve estar em reunião. Mando mensagem, não responde, fico em silêncio também. Mais dois dias, envio um e-mail perguntando se está tudo bem, se vamos nos ver no final de semana. Resposta: “Acredito que devemos nos afastar para nos preservamos. Por favor, não fica triste comigo. É um afastamento estratégico”.

Triste não fiquei, e sim puta da cara. Juro, juro que não sei qual a moral da história, e agora já não quero mais saber. E, quando digo que não acredito mais no tal do romance, as pessoas ainda duvidam.

 

Homens loucos V

Homens-loucosTudo aconteceu em um único final de semana. Na sexta, o que diz ser a fim de mim teve uma crise de pânico, ciúmes e insegurança comigo – por causa da namorada dele. No sábado o que diz me amar – mas a distância nos separa – espalhou para o mundo que está namorando e que está muito feliz. No sábado, o que diz querer ser pai dos meus filhos deu uma surra no filho dele, e no domingo o que diz ser minha alma gêmea confessou ter outra. Não, eu não estou cheia de opcões, estou é sem nada!

Decidido, “terminei” com todos, porque gente louca não muda, mas mau gosto sim! Até nojo de mim senti por ter me envolvido com tantos loucos durante toda a minha vida amorosa. Na verdade acho que se tive uma pessoa normal na vida foi muito – ou seja, o mau gosto impera na minha vida há anos. Não acredito em príncipes encantados, não acredito em amor à primeira vista; acredito, sim, que há homens menos loucos neste mundo. Os homens mentem o que sentem, mentem quem são de verdade… mentem, mentem, mentem…

Ou será que é meu “dedo podre” que sempre escolhe o mais errado de todos?! Chega de perguntas, porque nunca mais precisarei destas respostas. Estou em outra, agora o bom gosto vai prevalecer, o dedo podre não vai mais existir. Ouvi dizer que 2010 é o ano da mudança, porque é ano de Oxum, Santa Bárbara, Iemanjá, São Jorge e sei lá o que mais. Enfim, quem não mudar de verdade ficará estagnado nos próximos 12 anos; portanto, it is now or never.

 

Foto: Scott Adams/Stock.xchng

Homens loucos IV

Homens-loucosEle era um grude, não me deixava respirar outro ar que já não tivesse passado por ele. Em um dia, ficamos; no outro, já estávamos namorando. Um mês e meio depois, ele se mudou definitivamente para minha casa. No começo, não percebi que era obsessão. Quando ele pediu para ir junto no chá de panela de uma amiga, não me contive: “Vem cá, tu não sabe que esse tipo de evento é só para mulher, hein?. Quase não me deixou ir… “Mas o que vocês aprontam lá que os homens não podem ir? Vocês chamam strippers, é?! Ai de ti se não me contar tudo!” Ligava de cinco em cinco minutos. Aliás, como sempre, fazia o mesmo em relação ao meu trabalho. Quase fui demitida por tantas ligações particulares. Se o ônibus atrasava, então, eu já sabia a cara amarrada que eu ia encontrar em casa pelo resto da semana. Cada ligação que eu recebia tinha que contar quem era e reproduzir palavra por palavra. Foram anos insuportáveis… Sufocantes. Olhando para trás, não sei como levei tanto tempo para enxergar. Hoje, longe dele, no ar que eu respiro, eu sinto prazer…

 

Foto: Scott Adams/Stock.xchng

Homens loucos III

Homens-loucosA gente se conheceu há seis meses. Na terceira vez em que nos vimos, ele pediu para dormir na minha casa. Duas semanas depois, já compartilhávamos gostos e amigos, e estávamos juntos várias noites por semana, fosse no bar, no MSN ou aqui no meu sofá. Ele me conta os passos do trabalho que está fazendo, eu incentivo e ajudo; com estímulo e parceria dele, também fiz algumas coisas bem legais nesse ano. A gente tem boa sintonia para cinema e literatura, gostamos de fugir dos problemas e temos o hábito de deixar tudo para depois. Ele já me puxou o cabelo, beijou meu pescoço, me arranhou as costas. E já me levou café na cama, só porque sabia que eu gostava. Ele me convida pra almoçar, pra ir no cinema, adivinha minhas músicas preferidas e me liga várias vezes por semana – ou várias vezes num só dia. Quando nossos amigos me encontram, quase sempre me perguntam onde ele está; e eu quase sempre sei.

A gente nunca fez sexo – sequer se beijou. Ele é só-amigo e tem uma namorada distante. Ontem à noite ele brincou com o elástico da minha calcinha. Haja amizade.

PS: Acho que essa série poderia se chamar “Loucos eles ou loucas nós?”, hahaha!

Foto: Scott Adams/Stock.xchng

Homens loucos II

Homens-loucos– Como eu poderia melhor participar da tua vida?

Ao ouvir esta frase, meus olhos se agigantaram ainda mais. E teriam sorrido, se não fossem as frases subsequentes que demonstraram o arrependimento imediato da pergunta proferida. Rolou um papo de caminhos distintos e incomunicáveis. Logo, se é certo que vamos para rumos opostos, sinceramente não entendi a pergunta. O que esperava ele ouvir de mim? “Depois as mulheres é que são complicadas”, pensei. Como um homem, por um lado nitidamente querendo estar do meu lado, pode temer isto? Talvez pelo trauma, soube depois, da mulher que o abandonou porque ele não estava preparado para ter filhos. Tinha uma obsessão com a probabilidade de ter filhos, a ponto de imaginar que, como eu estava perto dos trinta, em breve este desejo despertaria… Mas o cara era louco. O receio era tanto que ele chegou a me contar – pasmem, meninas! – que não joga a camisinha na lixeira comum do banheiro ao transar com alguma mulher: ele enfia no vaso e puxa a descarga, pensando que a menina pode ir ali e “resgatar” a tão almejada porra dele para fazer um filho… Vê se pode!

Esta é uma série de textos curtos sobre coisas absurdas de homens absurdos que nos aparecem. Fatos que já nos fizeram chorar e que hoje rendem boas risadas! Contribuições são bem-vindas: todas estão convidadas!

 

Foto: Scott Adams/Stock.xchng

Homens loucos I

Do lado dele deixei de sorrir. Sem ter onde cair morto, eu carreguei ele nas costas. Deixei de ir na minha ioga, mas pagava a academia dele. Eu não tinha internet pra mim, mas contratei o serviço porque afinal ele, como era autônomo, não podia ficar sem: como é que ia conseguir trabalho? O fato é que nem assim conseguia, talvez porque passasse o dia inteiro vendo putaria online e filmes na NET. Sim, eu pensei em cortar meu plano, mas ele, que já estava deprimido, me chantageou dizendo que só ficaria pior se nem pudesse ter aquela distração nos dias em que o trabalho não aparecia. Nunca apareceu, é claro. E o pior, no ano em que moramos juntos, posso contar nos dedos as vezes em que transamos. Ele parou de tomar iniciativa e eu perdia a mínima vontade cada vez que chegava em casa e encontrava copos e pratos quebrados ou então me deparava com um cara raivoso, que só sabia me cobrar mais e mais. Que invejava os amigos bem-sucedidos e tomava todo o meu uísque importado. Que fazia contas e mais contas que eu já não tinha como pagar. A gota d’água foi uma janela quebrada, em um ato total de descontrole. Com tanta porcaria que ele fazia, tentava ainda por a culpa em mim. Ah… tudo tem limite. Pena que deixei chegar nesse ponto. Espero ter aprendido. Na verdade, eu é que fui louca de ficar com um louco desses! Mandei ele se tratar (bem longe de mim) e confesso que é um alívio estar hoje sozinha. Não preciso nem de uma notícia boa para ser feliz – vivo contente apenas por não chorar todo santo dia!

Este é o início de uma série de textos curtos sobre coisas absurdas de homens absurdos que nos aparecem. Fatos que já nos fizeram chorar e que hoje rendem boas risadas! Contribuições são bem-vindas: todas estão convidadas!

 

Foto: Scott Adams/Stock.xchng

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