Sabe aquele casinho que entusiasma, faz subir pelas paredes, transar de manhã cedo e provoca inusitadas provas de amor? Aquelas histórias intensas com um colega de trabalho, amigo, ou alguém que você conhece e aos poucos rola uma rotina de saídas, cinemas, jantares e cama – a chamada FFG: Foda Fixa Garantida.
No início é como o começo de um relacionamento: vocês conversam, têm atração, mas um dos dois está saindo de um relacionamento, só quer curtir, ou o outro só quer companhia. Não se estabelece uma vontade/cobrança de algo mais, mas uma afinidade ou interesse. É tudo muito intenso. No segundo encontro vocês tomam um vinho, ou ele atravessa um país pra ver você e de repente estão na cama, no chão ou onde você quiser, e é ma-ra-vi-lho-so. A coisa começa. Ele liga uma semana depois (no dia seguinte é sempre “frio-normal-amigo”. Você gela: Socorro!). Combinam outra saída.
Você fica aliviada. E num ritmo de tensão e suspiro vocês seguem. Como sempre é uma surpresa e você não sente o cara na sua mão, começa a fazer coisas inusitadas, verdadeiras provas de amor. Eu, que odeio cozinhar, preparei uma feijoada para um casinho especial. Conversávamos pela web, nossos papos estão salvos no PC: 700 páginas! Lembro com carinho, pensei que casaríamos! Não fosse a distância…
Outra vez encerei a casa às 23h porque um casinho ligou em cima da hora, propondo pedirmos algo para comer juntos na minha casa. Tava uma zorra: projetos, roupa da academia na cadeira, tênis fora do lugar. Em meia hora, de calcinha, sutiã e sandália de salto – sem vestido pra não sujar – dei um jeito. Era a própria faxineira fascinante do Nei Lisboa! Ainda deu tempo de acender velas e a pose: Ai, que surpresa!.
Essas histórias são intensas durante e cômicas depois. Não saímos contando por aí. Nos mostramos de um jeito que até assusta! Propomos transar de manhã cedo mesmo sem gostar, fazemos coisas que nunca fizemos só para estarmos ao lado do cara. As supostas “provas de amor” são feitas pra nós mesmas. Não sei se o motivo é sexual ou se é amor próprio. Estamos defendendo algo que sentimos e isso nos dá vida! E não tem nada a ver com a tranquilidade do relacionamento fixo. As certinhas que me perdoem: quem nunca teve um casinho, não sabe o que está perdendo!
Foto: Celal Teber/Stock.xchng